A animação criada por Mike Judge, tivera sua estreia no programa Liquid Televivision em 1992, em um curta-metragem intitulado, Frog Baseball. O diferencial da animação de Judge das animações politicamente "incorretas" que viriam em seguida como, South Park, é que sua criação era absurdamente divertida, retratando os jovens rebeldes dos anos noventa, quando o rock tivera sua ascensão com a música alternativa, florescendo bandas que vocês podem conferir todas (ou boa partes delas) nas postagens deste humilde, blog.
O conteúdo da animação era necessariamente explícito, o que a enraizara não apenas como um simples fator nostálgico, e sim na fidelidade ao retratar uma época tão doida quanto a pureza (ou nem tanto assim) da década de oitenta. Sexo, palavrões, a forma "sem piedade" de descer a lenha no que não prestava, era um trabalho que os dois personagens da animação faziam com maestria, e era dessa forma que nos sentíamos quando assistíamos a MTV, aguardando por aquele clipe em especial, para esquecermos o tédio e as desgraças que inevitavelmente consumíamos nas emissoras abertas. A MTV ainda era um canal fechado no Brasil, e nossa fuga, o nosso refúgio para tais desgraças da tevê aberta, era a Music Television.
João Gordo, que passara a trabalhar na MTV como repórter que apresentara matérias para a emissora, e então ganhara um programa próprio onde se comunicara com os telespectadores por telefone, se inspirara na temática da animação de Judge, o que tornara Gordo um cara muito divertido, apesar dos excessos, mas era notável o quão ele se transformara num símbolo atrativo da emissora. Mais ou menos na linha da criação de Judge, Luiz Thunderbird, também ex- VJ da MTV, adotara a mesma estética num programa bagaceira, onde ele apresentara para nós telespectadores, sua p*rra-louquice com filmes absurdamente escrotos. Judge criara uma animação quase que bagaceira, mas, "bagaceira", é um termo deveras depreciativo, pois sua criação, assim como as demais do programa onde o seu primeiro curta-metragem fora exibido, necessitara de uma criatividade além do normal usando os poucos recursos que tinha. É interessante como a animação de Judge evoluíra no decorrer dos anos (ainda na década de noventa), merecedora até mesmo de um filme, o que infelizmente, para este que voz escrevera, o filme fora amenizado, embora que os excessos como palavreados e outras coisas que tornara a animação um ícone, ainda estariam ali, porém, numa nova estética.
Infelizmente, o sucesso acabara por sabotar a animação de Judge, onde ela poderia se tornar novamente a escapatória para nos livrarmos das desgraças (mais ainda do que na década de noventa) que consumira não apenas as emissoras televisivas (que não dependíamos mais por conta da Internet), como também todos os cantos das redes sociais. Portanto, a animação de Judge se tornara ultrapassada, e servira não apenas como recordação de uma década, mas também em como se fazer algo politicamente incorreto. Os reality shows dominara, a MTV Brasil fechara suas portas para se transformar em um canal pago com o objetivo de emburrecer os telespectadores, a censura predominara como ainda predomina atualmente. Os telespectadores da nova geração jamais entenderiam o conceito que Judge quisera passar com sua animação, elas começariam a perguntar porque os dois personagens criados por ele jamais cresceriam, dentre outras baboseiras. Resumindo, o povo criaria teorias idiotas, fugindo da proposta da ideia de Judge. Após retornar numa nova temporada em 2011, e obviamente ser uma catástrofe, como muitas porcarias que muitos xaropes assumidos gostam de consumir hoje em dia. A criação de Judge se encerrara na hora certa, já que não haveria mais sentido em continuar, exceto para falar a língua de um público que briga ou usa o próximo apenas para angariar visualizações em seus canais no Youtube, acharem que estão polemizando ou até mesmo viver a experiência desgastante de assistir um programa que foi feito para ser mutilado (o característico da animação) mas depois reconsiderado como segunda chance. A animação de Judge fugira completamente disso, mas, se ela acabara atraindo xaropes ou pessoas realmente bizarras, as crias no final da década de oitenta e que se tornaram malas na década em que a animação se tornara cultuada, o criador não teve culpa nisso. Se não fosse o problema com a censura e a imbecilização constante, certamente a animação poderia retornar com força total para uma nova temporada, tornando-se mais insana e explícita do que os episódios que a iconizara.
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